Em tempos...

  Em tempos, vivi a pior história da minha vida, que hoje olho para ela como uma lição. Eu era uma pessoa completamente sociável, falava com toda a gente, mesmo para aqueles que não gostava eu falava. As pessoas podiam-me fazer as piores coisas que eu, perdoava sempre, eu nunca via mal em lado nenhum mas, eu mais tarde ou mais cedo vingava-me do mal que me era feito, perdoava mas não esquecia e enquanto a pessoa não senti-se na pele o que me tinha feito eu não descansava, sim é um facto eu era má.
  No entanto, o tempo passou e eu comecei a não dar atenção a esse tipo de pessoas que só viviam com o mal dos outros e perdoava, não esquecia mas também não me vingava porque, uma pessoa também cresce, amadurece e repara que o mundo não gira à nossa volta, nem a volta da pessoa que nos fez algo.
  Mais tarde, pensava eu que ainda existiam pessoas amigas, reparei que de facto contam-se pelos dedos de uma mão quem realmente está connosco e não chegam os dedos que temos no nosso corpo para contar aqueles que são por interesse ou então que não são.
  Tive problemas pessoais em que tive bons amigos, que estiveram para mim ali a cada momento de sofrimento, a cada momento de cada caidela de uma lágrima e eu sei que sempre estarão, mas como disse à pouco, o mundo não gira a minha volta nem à volta deles, eles têm a vida deles e eu não posso depender deles, nem eles de mim. Então fomos-nos afastando e o tempo para falar, sair e divertir, com o trabalho é nenhum, é uma rotina de trabalho casa, casa trabalho, ninguém pode ser incriminado por isso, cada um tem a sua vida e em nada tem culpa, cada um sabe da vida que tem.
  Contudo, quando dei por mim estava sozinha, outra vez, entrei numa solidão que nem eu sei explicar, mas o pior disto tudo é que nem eu sei o porquê de me sentir assim, não tenho razões para tal, mas talvez esteja numa fase menos boa da vida ou então o problema é mesmo o meu feitio que talvez me faça afastar das pessoas que mais gosto, é algo que ainda estou para decifrar em mim, sim  porque por vezes penso que nem eu me conheço.
  Com tudo isto aprendi que, talvez por falar de mais é que me prejudiquei tanto e por isso, aprendi que tenho de me dedicar mais a mim, mais à minha vida, cuidar-me mais e o conselho que eu dou é que se nós não olharmos por nós e se não soubermos "mimar" as nossas boas amizades acabamos numa solidão sem fundo e com dores no peito de arrependimento por não ter feito nada para conseguir sustentar as amizades que mesmo sabendo que são verdadeiras também vão caindo e numa vida tem de existir de tudo, desde amigos verdadeiros a inimigos verdadeiros que nos dêem luta, garra e força para a nossa vida ter um pouco mais de animo, para que não se torne monótona e solitária, mas por favor que nunca ninguém se rebaixe por uma amizade porque quem não nos quer falar é porque não faz falta nenhuma na nossa vida.  
  

Carina Sousa   

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